terça-feira, 4 de dezembro de 2012

FAZER O BEM


Pablo vinha regularmente ao nosso curso semanal de inglês. Ele era um senhor aposentado que estava
aprendendo inglês para manter sua mente afastada dos problemas de sua esposa enferma. Certa semana, ele
parou de vir. Ninguém sabia o motivo. Um mês depois,ele voltou novamente ao curso. Parecia diferente.Tinha perdido peso e parecia deprimido. Não participou da aula como fazia antes e saiu antes que pudéssemos conversar com ele.
Na semana seguinte, meu companheiro e eu oramos para que Pablo voltasse ao curso para que pudéssemos
conversar com ele. Nossas orações foram atendidos e ele veio na aula seguinte. Quando conversamos com ele depois da aula, ele contou que sua mulher havia falecido. Falou um pouco sobre o que tinha acontecido, e expressamos nosso pesar. Dissemos que queríamos ajudá-lo a saber como poderia voltar a encontrar-se com a sua esposa. Ele ergueu a cabeça, olhou-me fixamente e disse, com lágrimas de raiva e tristeza nos olhos: “Se vocês quisessem realmente me ajudar, viriam até a minha casa para me ajudar a colocar a minha vida em ordem de novo. Não é isso que os missionários fazem? Preciso de ajuda para colocar minha casa e meus afazeres em ordem”.
Ficamos surpresos e contritos com o que Pablo disse. Oferecemo-nos para ajudá-lo em qualquer coisa
que ele precisasse. Creio que foi nesse ponto que ele começou a confiar em nossas intenções. Pediu-nos
que fôssemos à casa dele no dia seguinte para ajudá-lo a podar as árvores. Fomos até a casa dele no
horário marcado e começamos a trabalhar a seu lado. Nos meses em que ele ficara cuidando da esposa,
tinha negligenciado suas tarefas no jardim e na casa. Havia bastante trabalho para nós três. Passamos
a prestar esse serviço em sua casa uma vez por semana. Podamos as árvores, arrancamos as ervas
daninhas e colhemos frutas. Não começamos a ensinar. Sempre que começávamos, ele encerrava a conversa.
Parecia sentir-se mais à vontade quando falávamos de sua vida e sua família. Na maior parte do tempo,
ficávamos apenas escutando.
Depois de um mês e meio, Pablo nos surpreendeu, perguntando: “Eu realmente verei minha mulher
de novo?” Respondemos com alegria que sim. Testificamos a respeito das famílias eternas e fizemos o
melhor possível para responder as perguntas dele.
Ensinamos o plano de salvação ao Pablo. Ele sentiu-se tocado com a doutrina. Antes de irmos embora,
ele veio com uma lista de perguntas que desejava que fossem respondidas, tais como: “Minha mulher terá
um corpo quando eu me encontrar com ela novamente?” e “Estaremos livres das doenças e da dor?”
Respondemos suas perguntas e marcamos uma nova visita para discutir os princípios do evangelho
restaurado de Jesus Cristo.
Pouco tempo depois, a expressão do rosto de Pablo mudou. Ele passou a sorrir mais e parecia sentir
mais paz. Ele tinha realmente “[esperança] por um mundo melhor”. (Éter 12:4) O serviço que prestamos
o ajudou a confiar nas coisas que lhe ensinamos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário